Zé Galego, Paschoal e Júlia. A tríade central de personagens a partir dos quais o professor Chalhoub investiga o cotidiano da vida dos trabalhadores na cidade do Rio de Janeiro no início do século XX. O livro, agora em 2° edição, começa com um homicídio: Antonio Paschoal Faria é acusado de matar Antonio Domingos Guimarães, vulgo Zé Galego. Quando ambos se encontravam num botequim, começaram a discutir. Mais tarde, quando tudo pareceia Ter acabado, ouvem tiros de revólver, e Zé Galego agoniza no chão, com uma bala que lhe perfurara o crânio. O pivô de tudo pode ter sido Júlia, ex-amante de Zé Galego e agora amásia de Paschoa. As controvérsias levantadas pelos jornais da época fazem o narrador pesquisar a fundo os processos criminais que foram a julgamento.
Júlia, segundo o acusado, estava presente na origem dos fatos, um botequim no qual vítima e assassino jogavam por dinheiro. O livro de Chaloub é quase um libelo em defesa da utilização abrangente de processos criminais em estudos de histórias social. O livro pode ser lido como um romance, “no qual o cotidiano dos trabalhadores do Rio de Janeiro da belle époque é o tema central do livro, escrito com a seriedade de um folhetim, onde o rigor não empana o gozo da leitura”, conforme assinala o Paulo Sérgio Pinheiro.
Editora da Unicamp (2005)
320 páginas - R$ 38,00