domingo, 28 de setembro de 2008

Trabalho, Lar e Botequim: O Cotidiano dos Trabalhadores na Rio de Janeiro da Belle Époque

Sidney Chalhoub

Zé Galego, Paschoal e Júlia. A tríade central de personagens a partir dos quais o professor Chalhoub investiga o cotidiano da vida dos trabalhadores na cidade do Rio de Janeiro no início do século XX. O livro, agora em 2° edição, começa com um homicídio: Antonio Paschoal Faria é acusado de matar Antonio Domingos Guimarães, vulgo Zé Galego. Quando ambos se encontravam num botequim, começaram a discutir. Mais tarde, quando tudo pareceia Ter acabado, ouvem tiros de revólver, e Zé Galego agoniza no chão, com uma bala que lhe perfurara o crânio. O pivô de tudo pode ter sido Júlia, ex-amante de Zé Galego e agora amásia de Paschoa. As controvérsias levantadas pelos jornais da época fazem o narrador pesquisar a fundo os processos criminais que foram a julgamento.
Júlia, segundo o acusado, estava presente na origem dos fatos, um botequim no qual vítima e assassino jogavam por dinheiro. O livro de Chaloub é quase um libelo em defesa da utilização abrangente de processos criminais em estudos de histórias social. O livro pode ser lido como um romance, “no qual o cotidiano dos trabalhadores do Rio de Janeiro da belle époque é o tema central do livro, escrito com a seriedade de um folhetim, onde o rigor não empana o gozo da leitura”, conforme assinala o Paulo Sérgio Pinheiro.

Editora da Unicamp (2005)
320 páginas - R$ 38,00

Dica de Enrico Spaggiari

Sociologia de Botequim

Sérgio Caiuby Novaes

O espaço democrático do boteco é o cenário para as 11 histórias deliciosas e bem humoradas, que retratam o comportamento brasileiro simples e comunicativo.

Editora Nobel, 1986
60 páginas

Dica de Enrico Spaggiari

O bar da Tita: política e redes sociais

Claudia Guebel
(In: PALMEIRA, Moacir e GOLDMAN, Marcio (Orgs) Antropologia, voto e representação política)

Claudia Guebel leva o leitor a um palco urbano no interior nordestino onde examina a prática cotidiana de uma coordenadora de campanha do Sindicato dos Trabalhadores Rurais durante as eleições estaduais e nacionais de 1990. Comparando as diferentes esferas de sociabilidade - trabalho, família, política e lazer - procura entender o jogo de cruzamentos e evitamentos nas relações pessoais para inferir como as fronteiras do espaço social modificam-se durante o "tempo da política".

Rio de Janeiro: Contra Capa Livraria, 1996

Dica de Enrico Spaggiari

Meu Lar é o Botequim

Eduardo Goldenberg

“Este livro não é uma ode nem aos bares nem aos botequins mais vagabundos, aos quais e não resisto, com a licença de Aldir Blanc e Moacyr Luz. É, talvez, uma homenagem aos bairros da Tijuca e de Vila Isabel, o primeiro onde eu nasci e fui criado, e o segundo, que aprendi a amar...” – Eduardo Goldenberg, é advogado e dono do Buteco do Edu
(e-mail: edugoldenberg@gmail.com)
O livro tem o prefácio de Aldir Blanc.

Casa Jorge Editorial – 2005
259 páginas

Dica: David da Silva

Meu lar é o botequim – Alcoolismo e Masculinidade

Maria Izilda Santos de Mattos

Um estudo histórico sobre os discursos sobre o botequim e o alcoolismo nas instituições e nas letras de música popular. O período analisado vai de 1980 a 1940.
A abordagem se destaca ao focalizar a construção histórica das masculinidades, temática bastante atual e com escassa bibliografia.
Conheça o
currículo completo da autora

Editora Nacional – 2000
112 páginas
Dica do antropólogo Pedro Paulo Thiago de Mello

O Significado do Botequim

Luis Antonio Machado da Silva
(In: Kovarick, Lúcio. (Org.) Cidades: Usos e Abusos, p. 73-113) (Versão anterior em: Centro Latino Americano de Pesquisas em Ciências Sociais, Ano 12, número 3, julho-setembro de 1969)

Um clássico da sociologia do boteco. O autor é graduado em Sociologia e Política, mestrado em Antropologia Social, doutorado em Sociologia, e pós-doutorado em Sociologia Urbana. Seus estudos enfocam principalmente: teoria social, favela, sociabilidade, violência, cidadania e informalidade.

São Paulo: Editora Brasiliense, 1978

Dica do antropólogo Enrico Spaggiari

Sociologia de Botequim

Messias Mendes

Manuel Messias Mendes Almeida mora em Maringá (PR). É jornalista aposentado e blogueiro (e-mail: messiasmendes@bol.com.br)
Antes de militar na imprensa, foi engraxate, vendedor de vassoura, lavrador, oficce-boy e entregador de mercadoria de um escritório de representações comerciais.



Clichetec – 1995

Dica do antropólogo Enrico Spaggiari

A confraria da esquina: O que os homens de verdade falam em torno de uma carne queimada

Rolf Ribeiro de Souza

Livro sobre o churrasquinho de rua.
Dica do antropólogo Pedro Paulo Thiago de Mello

Bar Treze : Lazer, Política e História

Luiz Carlos Ponzi

Luiz Carlos Ponzi é historiador natural de Guaporé e radicado em Caxias do Sul, ambas no Rio Grande do Sul. É advogado e historiador. Escreve preferencialmente sobre a imigração italiana no RS.
É dono do blog
um pouco de historia (e-mail: ponzi_historia@yahoo.com.br)
Nas histórias do Bar Treze, além das delícias que alimentam o corpo, estão as delícias da eterna juventude, ou seja, as que alimentam a alma. No Bar Treze criou-se o Mala do Ano, e a cidade entrou no Bar para votar. O autor revive essa história, tornando-a saborosa e divertida além de interessante, já que a história do Bar Treze se confunde um pouco com a história de Caxias do Sul.


Educs (Editora da Universidade de Caxias do Sul/RS) - 2002
Dica do antropólogo Enrico Spaggiari

Academias de Bambu – Boemias e intelectualidade nas mesas de bar

Phelipe Caldas

Primeiro livro do jornalista paraibano (à direita).
“Academias de Bambu tem o mérito e a coragem de lançar uma luz sobre uma faceta da cidade de João Pessoa e seus intelectuais, sobretudo sobre um bar, que findou após um crime banal, porém de muita comoção, porque quando jovens de classe média cometem um crime, a sociedade normalmente se escandaliza.” – resenha do jornalista, radialista e diretor teatral João Costa, colunista do site
paraiba.com.br

Editora Universitária
115 páginas
Dica: David da Silva

ARTIGOS EM PERIÓDICOS

Dicas do antropólogo Enrico Spaggiari:

Trabalho, Lar e Botequim - Francisco Rüdiger - Cadernos da Associação Nacional de Professores de História, Porto Alegre, p. 52 - 55.

Botecos: um Estudo sobre as Formas de Sociabilidades Masculinas em Porto Alegre, Denise Fagundes Jardim - Ciência e Cultura (SBPC), v. 42, n. 7, p. 53-54, 1990.

TESES E DISSERTAÇÕES

Dicas do antropólogo Enrico Spaggiari:

Ai, que saudade da Lapa: O bar e a canção na (re)invenção da boêmia em Brasília, Patricia Silva Osório – 2001 - Mestrado em Antropologia Social - Universidade Federal do Rio Grande do Sul


De Bar em Bar: Identidade Masculina e Auto Segregação entre Homens de Classes Populares,Denise Fagundes Jardim – 1991 - Dissertação de Mestrado em Antropologia - Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Pendura Essa: A Complexa Etiqueta de Reciprocidade em um Botequim do Rio de Janeiro, Pedro Paulo Thiago de Mello – 2003 - Dissertação de Mestrado em Antropologia - Universidade Federal Fluminense

Dicas do antropólogo Pedro Paulo Thiago de Mello:

Mulher é o cão, monografia de Pedro Guedes do Nascimento
Trata dos discursos sobre a mulher, construídos num pe-sujo da Feira Central de Campina Grande (PB)

Bar, lugar do álcool, território dos homens - monografia defendida na UFF por Marcel Peçanha

O botequim na era da reprodutibilidade das filiais: estudo de caso do Belmonte, monografia de Mila Chaseliov