quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Papo porreta com o poeta Pow

Pow durante um "pit stop" no Bar do Carioca: cerveja e anotações para novos poemas
Fotos: David da Silva
De onde brota a poesia do Pow?
Minha poesia vem na questão mais da parte da resistência. Ela brota mais na questão política, mais anarquista. Tipo assim: tudo o que acontece no meu dia-a-dia, tudo o que acontece em torno da minha mente. Eu faço mais poesia pro povo, pra quem quer ouvir. As pessoas ultimamente não têm uma diretriz do que pensar, do que viver, do que dizer. Minha mente trabalha na seguinte forma: trabalho com o pensamento das pessoas – o que cada um pensa, o que cada um vê, entendeu? Disso já vão surgindo idéias. Uma idéia num bar, uma conversa entre amigos... As pessoas é quem me passam as informações, mesmo sem elas perceberem. Eu vejo o cotidiano de cada um, daí...


Qual o seu processo de criação?
Primeiro eu formulo tudo na minha mente, depois eu transformo em poesia escrita.


Você anda equipado com bloco de anotações ou gravador? Já perdeu alguma boa idéia, uma frase bonita, porque não anotou na hora?
Minhas idéias são muito loucas! Nem sempre eu tô com caderno. Eu ando geralmente muito sozinho. Então se me vem uma idéia, eu entro num bar, numa lanchonete, numa lojinha, peço emprestado uma caneta e um papelzinho pra anotar, pra somar as idéias e não perder o foco. Às vezes não acho nem um guardanapo pra anotar. E vou repetindo a idéia, repetindo até chegar em casa, mas quando chega na hora de escrever... Pufff!, desaparece. Aí é o esforço de repaginar tudo o que pensei até lembrar pelo menos um pedaço de frase pra sair a coisa.


A sua poesia é sempre crua, em cima do cotidiano, da realidade dura, ou você também faz versos de amor, de outros assuntos mais abstratos?
Não necessariamente romântica. Falo de várias coisas, situações que ocorrem comigo, e que não quero que aconteçam com outras pessoas. Aí eu meio que metaforizo a idéia, não falando de mim, sempre falando na terceira pessoa, pra quem ler refletir e não cometer o mesmo erro que eu.


Te agradam mais as figuras de linguagem ou a forma crua, direta, dos rappers?
Eu metaforizo bastante. Dependendo do que eu quero dizer eu sempre uso as assimilações, o duplo sentido.


Quem é o culpado do Pow escrever?
Eu sou muito focado na política. E quem me despertou pra escrever sobre isso foi o Gog [rapper de Brasília], eu ouvia muito o som dele nas rádios Metrô FM, na 105, nos bailes. Ele é um dos caras mais politizados do hip-hop. Além do Gog tem também o Ex, do Câmbio Negro, com uma bagagem política muito forte.


Qual foi a primeira porrada poética do Gog que você levou?
O primeiro som dele mesmo, ferrado, foi em 1992, no salão de baile Dama Schock, na Rua Butantã, em Pinheiros. Lá rolava tudo: rap, samba-rock, melodia.


Pow em debate de hip-hop no
Sarau do Binho - Campo Limpo
Quem te colocou pela primeira vez em contato com a cultura hip-hop?
Antes de escrever rap, eu comecei como dançarino de rua, em 1988. Mas o primeiro baile que fui eu tinha entre 9 a 10 anos de idade, e não era um baile bem voltado para o hip-hop. Foi em 1984 no salão Pérola Negra, na Estrada das Olarias, no Jardim Guaciara. Rolava todo tipo de música negra, soul, funk, samba-rock das antigas, flash-backs. Quem me levou lá foi meu irmão João. Eu era muito moleque de rua, aprontava muito. Saía muito de casa escondido do meu velho. Daí ele me levou no baile pra ver se eu ficava mais maneiro, parasse um pouco de aprontar.


Qual eram as molecagens que você mais curtia?
Eu saía sempre pra rua jogar bola no campo do Jardim Mituzi, mas nunca fui bom de bola. Empinava muita pipa, mas também era ruim pra caramba pra empinar, só tomava “réu”. Também ia nadar na Lagoa da Nêga Porca [um represamento de água às margens do Córrego Joaquim Cachoeira, atrás da Escola Machado de Assis – antiga Escola Augusta Zacharias, entre o Jardim Trianon e Jardim Saporito]. A lagoa chamava Nêga Porca porque a água era imunda! (gargalhadas). Também andava muito com estilingue, matava passarinhos, quebrei muita vidraça, estourei canos... aprontei demais.


Vamos recuar um pouco mais na sua infância. Qual seu nome de batismo, que dia e onde você nasceu?
Meu nome é Paulo Nascimento de Oliveira, nasci em 28 de novembro de 1973. Tenho 36 anos. Nasci aqui mesmo no Pirajuçara, na Rua José Paris, número 144, Jardim Freitas Junior. Minha mãe foi ter o parto no bairro do Jabaquara, em São Paulo, porque aqui em Taboão não tinha maternidade.


Fale dos seus pais.
Meu pai se chamava Oscar, era pedreiro. Ele nasceu lá em Inhambupe, na Bahia [cidade a 153 km da capital Salvador]. Meu pai morreu com 78 anos de idade. A minha mãe chamava Anaíde, morreu com 58 anos, quando eu tinha acabado de completar 18 anos. Ela veio de um lugar chamado Morro das Flores, também na Bahia.


Famílias nordestinas geralmente são numerosas. É grande a galera da sua casa?
Bem grande. Tenho oito irmãos: Macedo, 56 anos; Clóvis, 55 anos; Carlito, 50 anos; Adilson (Kumba), 49 anos – ele é quem me chamava de Paulo quando eu era pivete; Nete, 47 anos; Judite, 44 anos; e o João, 42 anos – o que me levou no primeiro baile da minha vida.


Pow no seu posto de observação
na Praça Luiz Gonzaga - Pirajuçara
Foto: David da Silva
Você lia alguma coisa quando era moleque?
Viiixe... Eu não gostava de ler, não! Comecei a gostar de literatura, mesmo, a partir do momento que virei militante do hip-hop, de 1992 pra cá.


E o lance de dançar, como veio?
Em 1985 eu estava assistindo o programa do Barros de Alencar pela televisão, ele apresentava um festival de dança de rua, veio daí a minha influência.


Quem te levou pro universo do hip-hop?
Foi o Flávio, do Risco de Vida, um grupo que havia antigamente, foi criado no [conjunto residencial] Inocoop do Parque Pinheiros. O grupo era de lá, mas o Flávio era daqui da favelinha do Jardim Flórida, no Pirajuçara. Nessa época eu só dançava nos bailes por aí. Dançava break, samba-rock...


Nisso você estava crescendo, virando rapaz. Como começou a ganhar a vida?
Meu primeiro trampo eu tinha 13 anos; trabalhei no clube A Hebraica, em Pinheiros. Meus colegas Claudinho, o Régis, eles trampavam lá e me levaram pra ser pegador de bola nas quadras de tênis.


A carreira esportiva te seduziu na época?
Pensei em ser professor de tênis. Eu gostava muito de esportes. Hoje o meu “esporte” é fazer caminhadas entre um lugar e outro onde vou dar aulas. A necessidade me obriga. Eu economizo na condução pra sobrar dinheiro pras outras paradas que eu tenho, comprar coisas pra minha filha...


Quando o hip-hop te falou mais alto?
Ali por volta de 1989 pra 1990 eu dançava bastante, e já fazia free-style, fazia improvisos, assim, do nada. Gostava de brincar com as palavras. Nem tinha conhecimento do que era free-style. Era uma coisa natural. Daí, numa simples brincadeira, enquanto a gente ia pros bailes, ia fazendo a batida de rap na lataria e nos bancos do busão. Eu ia cantando músicas do Racionais, do Gog, do Thaíde. Eu tinha muita mania de imitar a voz dos rappers, imitava o jeito do [Mano] Brown, imitava o Câmbio Negro... Aí o Flávio, do Risco de Vida, ele achou interessante e me falou: “Ô, meu! Por que você não monta um grupo?” Eu disse que nem sabia como montar um grupo, e nem sabia como cantar rap. Ele disse: “Mas você já tem a pegada, véio!” Nesse trâmite, ele me indicou pra entrar no grupo do Adilson.


Você já tinha escrito alguma coisa nesta época?
Nada.


Qual foi a primeira vez que você encarou a folha vazia de um caderno?
O primeiro trampo meu foi ainda meio zuado. Foi o Se Liga, Mano, sobre o preconceito racial, a valorização do negro. Tudo o que eu tinha tentado escrever antes, era tudo sem noção nenhuma de como compor. Eu mostrava uns trechos pros caras e pedia ajuda pra todo mundo.


Se Liga, Mano foi a primeira composição que você sentiu como sua, mesmo?
Não. A primeira letra que eu senti como minha, mesmo, foi Madrugada Fatal. Foi uma letra que eu escrevi sobre a época dos “pés-de-pato” em 1992 ou 1993. Só lembro do refrão - era assim: “Justiça de maneira errada / Traz muita morte e muita desgraça”.


Da música você só lembra o refrão, mas certamente lembra muito bem por quê escreveu...
Foi inspirado no massacre onde morreram 12 pessoas no Jardim Santa Cruz, aqui no Pirajuçara. Foi um caso muito comentado, saiu em todos os jornais. Eu tinha 21 anos, estava desempregado, vivia de bicos. Estava na casa do meu amigo Frank, e vimos a notícia no “Aqui Agora” [extinto telejornal sensacionalista do SBT]. Entre os mortos daquela chacina tinha duas ou três pessoas conhecidas minhas. Conheço o submundo de Taboão da Serra, mas não me envolvo, é cada qual no seu skate. O caso desta chacina ficou fermentando na minha cabeça umas quatro semanas. Veio daí o lance de fazer um rap sobre isto.


Sua estréia na literatura foi com uma poesia policial. Você continua neste caminho hoje? Você é exigente com a sua produção?
Hoje a minha idéia de composição... eu consigo escrever sobre vários tipos de assuntos. E corrijo bastante. Uma letra minha eu reformulo ela umas quatro ou cinco vezes até ficar no ponto. É que nem o Gaspar [do grupo Z’África Brazil] fala: a gente primeiro põe o coração na música, porque pra quem compõe primeiro é o coração, depois vem a parte técnica – melodia, métrica, rima, se é verso solto ou se não é, a licença poética, tem todo este trabalho. Eu me preocupo muito com quem vai ouvir. Não é só cuspir palavras. Tem que ver o que as pessoas vão sentir. Se uma poesia minha faz a pessoa refletir, é o meu maior prêmio. Nem me preocupo em receber grana. Melhor é receber um abraço, essa é a idéia.


Fora do hip-hop que tipo de literatura você gosta?
Eu tô curtindo ler o [Franz] Kafka [escritor tcheko]. Tirei até o título de uma letra de um livro do Kafka, O Processo, muito louco, fiz uma letra nessa pegada, ficou da hora. Deixa eu ver se lembro o refrão: “Tá no progresso / Sem regresso / Pensamento firme / Esse é o processo de uma mente desequilibrada”. Esse é eu (risos). Gostei muito de ler Freud [Sigmund Freud, criador da psicanálise] que tem muito a ver comigo também. A minha idéia da poesia é muito psicológica.


Pow também é percussionista
Foto: Elaine Braga
Pra quem você quer dar um salve neste bate papo nosso?
Para a família Zumaluma, uma associação lá do Jardim Santa Tereza, no Embu das Artes, voltada pro hip-hop, é um ponto de cultura agora. Zumaluma significa: Zumbi, Malcom X, Martin Luter King e Nelson Mandela, os quatro revolucionários. E também para minha filha de 6 anos, minha princesa Paula Nayara. Quero dedicar este papo também pro pessoal lá do Liceu, pessoal do hip-hop Força Oculta, pro Gaspar, o Tatu, o Zudão, o Téco, o Cunhadinho, o Fernando, o Tico, o Daniel e a Erika.


E esse seu novo visual?
Muita gente me vê de cabelo cortado, e estranha. Antes eu usava cabelo tipo rastafari. O cabelo pra mim é uma atitude de resistência. Certas pessoas são discriminadas pela questão da aparência. Com aquele cabelo eu não conseguia emprego. Hoje graças ao meu bom Deus eu consegui trabalhar na área da Cultura, tá ligado? Além das oficinas nas entidades ligadas à Prefeitura do Taboão, sou bastante convidado pra fazer outras paradas.


Você está pensando em seguir a religião islâmica?
Não sei bem ao certo se eu quero seguir ou não. É uma coisa, assim, muito particular minha. Vamos ver...

Pow (à direita) trocando idéias com seu amigo Alexandre, o Alê, na quebrada da Vila Carmelina
Foto: David da Silva
Mais do Pow por ele mesmo no seu blog  e no Facebook - http://www.facebook.com/pow.literarua?fref=ts.


Para voltar ao bar & lanches, venha por aqui.
Se estiver a fim, dê um rolê pela nossa sala de leituras. Tem dicas boas pra você aqui.

domingo, 19 de outubro de 2008

Este livro do cartunista Jaguar (Hélio Jaguaribe) é composto de capítulos curtos, cada um dedicado a um bar ou a um conjunto de bares.
Jaguar descreve, com muito bom humor, os cardápios, os personagens, a decoração e, claro, suas passagens pelas centenas de bares cariocas em que fez calo no cotovelo. Alguns “mandamentos” de Jaguar para freqüentadores de botequins::
1 - Cachaça da boa não dá amnésia alcoólica.
2 – “Meia-trava” é uma parada no bar para tomar umas e jogar conversa fora. A parte da conversa não é obrigatória.
3 – Para tirar carteirinha de botequeiro carioca, além de ser bom de copo, é preciso encarar petiscos “de responsa”: coxa de frango ensopado, fígado de galinha, moela, carne assada, sanduíche de fritada etc...
4 – Botequeiro que é botequeiro bebe em pé, com o cotovelo criando calo no balcão.
Além dos bares cariocas, jaguar também inclui em seu roteiro etílico bares típicos de São Paulo como o Frango, o Pirajá e o extinto Sujinho, também conhecido como Bar das Putas, na Consolação.
Para conhecer outras obras botequeiras do nosso acervo, desça até a prateleira de Livros Sobre Boteco à esquerda da página.

sábado, 4 de outubro de 2008

Memórias etílicas de Moacyr Luz

Famoso pela excelência de suas músicas em parceria com letristas “monstros” da MPB (Aldir Blanc e Paulo César Pinheiro), o cantor e compositor Moacyr Luz é autor do livro Botequim de Bêbado Tem Dono (Editora Desiderata). A coletânea traz 25 crônicas de botequim escritas em prosa e copo.
O próprio Moacyr reconhece que o número de casos encadernados está aquém da sua vivência entre mesas e balcões: “Modestamente caberiam mais uns cem casos de outras biroscas perdidas nos labirintos do meu coração ou do meu fígado, sendo menos lírico. Costumo brincar que as minhas histórias são baseadas em fatos irreais, mas aqui não, foi tudo vivido até a última dose. As memórias etílicas de Moacyr foram ilustradas por Chico Caruso.
E como garrafa emprestada que não se devolve, vou piratear do Buteco do Edu a colossal entrevista que ele fez com Moacyr Luz há exatamente três anos. Nunca jamais nenhum veículo de imprensa trouxe a público toda a enormidade deste artista como a entrevista que vai ficar estocada na nossa seção Conversas de Botequim.

domingo, 28 de setembro de 2008

Trabalho, Lar e Botequim: O Cotidiano dos Trabalhadores na Rio de Janeiro da Belle Époque

Sidney Chalhoub

Zé Galego, Paschoal e Júlia. A tríade central de personagens a partir dos quais o professor Chalhoub investiga o cotidiano da vida dos trabalhadores na cidade do Rio de Janeiro no início do século XX. O livro, agora em 2° edição, começa com um homicídio: Antonio Paschoal Faria é acusado de matar Antonio Domingos Guimarães, vulgo Zé Galego. Quando ambos se encontravam num botequim, começaram a discutir. Mais tarde, quando tudo pareceia Ter acabado, ouvem tiros de revólver, e Zé Galego agoniza no chão, com uma bala que lhe perfurara o crânio. O pivô de tudo pode ter sido Júlia, ex-amante de Zé Galego e agora amásia de Paschoa. As controvérsias levantadas pelos jornais da época fazem o narrador pesquisar a fundo os processos criminais que foram a julgamento.
Júlia, segundo o acusado, estava presente na origem dos fatos, um botequim no qual vítima e assassino jogavam por dinheiro. O livro de Chaloub é quase um libelo em defesa da utilização abrangente de processos criminais em estudos de histórias social. O livro pode ser lido como um romance, “no qual o cotidiano dos trabalhadores do Rio de Janeiro da belle époque é o tema central do livro, escrito com a seriedade de um folhetim, onde o rigor não empana o gozo da leitura”, conforme assinala o Paulo Sérgio Pinheiro.

Editora da Unicamp (2005)
320 páginas - R$ 38,00

Dica de Enrico Spaggiari

Sociologia de Botequim

Sérgio Caiuby Novaes

O espaço democrático do boteco é o cenário para as 11 histórias deliciosas e bem humoradas, que retratam o comportamento brasileiro simples e comunicativo.

Editora Nobel, 1986
60 páginas

Dica de Enrico Spaggiari

O bar da Tita: política e redes sociais

Claudia Guebel
(In: PALMEIRA, Moacir e GOLDMAN, Marcio (Orgs) Antropologia, voto e representação política)

Claudia Guebel leva o leitor a um palco urbano no interior nordestino onde examina a prática cotidiana de uma coordenadora de campanha do Sindicato dos Trabalhadores Rurais durante as eleições estaduais e nacionais de 1990. Comparando as diferentes esferas de sociabilidade - trabalho, família, política e lazer - procura entender o jogo de cruzamentos e evitamentos nas relações pessoais para inferir como as fronteiras do espaço social modificam-se durante o "tempo da política".

Rio de Janeiro: Contra Capa Livraria, 1996

Dica de Enrico Spaggiari

Meu Lar é o Botequim

Eduardo Goldenberg

“Este livro não é uma ode nem aos bares nem aos botequins mais vagabundos, aos quais e não resisto, com a licença de Aldir Blanc e Moacyr Luz. É, talvez, uma homenagem aos bairros da Tijuca e de Vila Isabel, o primeiro onde eu nasci e fui criado, e o segundo, que aprendi a amar...” – Eduardo Goldenberg, é advogado e dono do Buteco do Edu
(e-mail: edugoldenberg@gmail.com)
O livro tem o prefácio de Aldir Blanc.

Casa Jorge Editorial – 2005
259 páginas

Dica: David da Silva

Meu lar é o botequim – Alcoolismo e Masculinidade

Maria Izilda Santos de Mattos

Um estudo histórico sobre os discursos sobre o botequim e o alcoolismo nas instituições e nas letras de música popular. O período analisado vai de 1980 a 1940.
A abordagem se destaca ao focalizar a construção histórica das masculinidades, temática bastante atual e com escassa bibliografia.
Conheça o
currículo completo da autora

Editora Nacional – 2000
112 páginas
Dica do antropólogo Pedro Paulo Thiago de Mello

O Significado do Botequim

Luis Antonio Machado da Silva
(In: Kovarick, Lúcio. (Org.) Cidades: Usos e Abusos, p. 73-113) (Versão anterior em: Centro Latino Americano de Pesquisas em Ciências Sociais, Ano 12, número 3, julho-setembro de 1969)

Um clássico da sociologia do boteco. O autor é graduado em Sociologia e Política, mestrado em Antropologia Social, doutorado em Sociologia, e pós-doutorado em Sociologia Urbana. Seus estudos enfocam principalmente: teoria social, favela, sociabilidade, violência, cidadania e informalidade.

São Paulo: Editora Brasiliense, 1978

Dica do antropólogo Enrico Spaggiari

Sociologia de Botequim

Messias Mendes

Manuel Messias Mendes Almeida mora em Maringá (PR). É jornalista aposentado e blogueiro (e-mail: messiasmendes@bol.com.br)
Antes de militar na imprensa, foi engraxate, vendedor de vassoura, lavrador, oficce-boy e entregador de mercadoria de um escritório de representações comerciais.



Clichetec – 1995

Dica do antropólogo Enrico Spaggiari

A confraria da esquina: O que os homens de verdade falam em torno de uma carne queimada

Rolf Ribeiro de Souza

Livro sobre o churrasquinho de rua.
Dica do antropólogo Pedro Paulo Thiago de Mello

Bar Treze : Lazer, Política e História

Luiz Carlos Ponzi

Luiz Carlos Ponzi é historiador natural de Guaporé e radicado em Caxias do Sul, ambas no Rio Grande do Sul. É advogado e historiador. Escreve preferencialmente sobre a imigração italiana no RS.
É dono do blog
um pouco de historia (e-mail: ponzi_historia@yahoo.com.br)
Nas histórias do Bar Treze, além das delícias que alimentam o corpo, estão as delícias da eterna juventude, ou seja, as que alimentam a alma. No Bar Treze criou-se o Mala do Ano, e a cidade entrou no Bar para votar. O autor revive essa história, tornando-a saborosa e divertida além de interessante, já que a história do Bar Treze se confunde um pouco com a história de Caxias do Sul.


Educs (Editora da Universidade de Caxias do Sul/RS) - 2002
Dica do antropólogo Enrico Spaggiari

Academias de Bambu – Boemias e intelectualidade nas mesas de bar

Phelipe Caldas

Primeiro livro do jornalista paraibano (à direita).
“Academias de Bambu tem o mérito e a coragem de lançar uma luz sobre uma faceta da cidade de João Pessoa e seus intelectuais, sobretudo sobre um bar, que findou após um crime banal, porém de muita comoção, porque quando jovens de classe média cometem um crime, a sociedade normalmente se escandaliza.” – resenha do jornalista, radialista e diretor teatral João Costa, colunista do site
paraiba.com.br

Editora Universitária
115 páginas
Dica: David da Silva

ARTIGOS EM PERIÓDICOS

Dicas do antropólogo Enrico Spaggiari:

Trabalho, Lar e Botequim - Francisco Rüdiger - Cadernos da Associação Nacional de Professores de História, Porto Alegre, p. 52 - 55.

Botecos: um Estudo sobre as Formas de Sociabilidades Masculinas em Porto Alegre, Denise Fagundes Jardim - Ciência e Cultura (SBPC), v. 42, n. 7, p. 53-54, 1990.

TESES E DISSERTAÇÕES

Dicas do antropólogo Enrico Spaggiari:

Ai, que saudade da Lapa: O bar e a canção na (re)invenção da boêmia em Brasília, Patricia Silva Osório – 2001 - Mestrado em Antropologia Social - Universidade Federal do Rio Grande do Sul


De Bar em Bar: Identidade Masculina e Auto Segregação entre Homens de Classes Populares,Denise Fagundes Jardim – 1991 - Dissertação de Mestrado em Antropologia - Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Pendura Essa: A Complexa Etiqueta de Reciprocidade em um Botequim do Rio de Janeiro, Pedro Paulo Thiago de Mello – 2003 - Dissertação de Mestrado em Antropologia - Universidade Federal Fluminense

Dicas do antropólogo Pedro Paulo Thiago de Mello:

Mulher é o cão, monografia de Pedro Guedes do Nascimento
Trata dos discursos sobre a mulher, construídos num pe-sujo da Feira Central de Campina Grande (PB)

Bar, lugar do álcool, território dos homens - monografia defendida na UFF por Marcel Peçanha

O botequim na era da reprodutibilidade das filiais: estudo de caso do Belmonte, monografia de Mila Chaseliov